“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão
o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito,
e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4:23-24)
Para podermos adorar a Deus em espírito e em verdade temos que morrer para nós mesmos e para o pecado a fim de ressuscitarmos para Deus. É somente em Cristo que podemos efetuar essa mudança. “E se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto, por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça” (Rm 8:10). Quando o Espírito Santo (Parakletos) ilumina e aviva o nosso espírito, recebemos graça para podermos adorar ao SENHOR em espírito e em verdade. Então o nosso espírito adora dizendo: Reconheço a Tua grandeza e a minha pequenez, mas nesta hora rendo-me a Ti Senhor meu. Assim, estaremos de acordo com João 4:23-24. A adoração a Deus emana de nosso interior a fim de expressá-la ao PAI e ao Senhor JESUS, “em espírito e em verdade” o relacionamento íntimo e reverente, ressaltando as qualidades de Jesus/Deus/Espírito Santo. Pressupõe intimidade com o Rei dos Reis Jesus Cristo. Pode ser feita através da música, da oração, do serviço na Obra de Jesus.
Significado da Palavra Adoração. O verbo adorar é cultuar a divindade.
As palavras que definem adoração, no AT são: ajoelhar-se, prostrar-se. No Novo Testamento, significam mostrar reverência; ajoelhar ou prostrar-se num ato de culto e submissão e respeito como em Mt 4:10 e João 4:24. Adoração Verdadeira do ser humano sem o preparo já referido, não pode aflorar a verdade pura, porque o ser humano possui um coração enganoso e uma mente limitada (Jr 17:9; Is 55:8,9). Essas duas coisas geram erro que não é percebido facilmente pelo homem quando está envolvido no erro (2 Tm 4:3,4). A Bíblia, dada pela inspiração do Espírito Santo, é a base firme da adoração verdadeira (Hb 4:12). A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, então, tudo o que não se enquadra nela será julgado como falso (Is 8:20). Por isso, não é válido estipular uma parte da Palavra de Deus para a sustentação da adoração verdadeira, pois “Toda a Escritura é inspirada…” (II Tm 3:16; Rm 15:4). Assim, a Bíblia dada por Deus, é que define para nós o que é a adoração verdadeira. A doutrina bíblica repreende, exorta, corrige, instrui, reprova com o intuito de que haja aperfeiçoamento e obediência (II Tm 3:16,17; 4:2-6).
Agradar a Deus exige separação dos que não andam segundo a verdade (seja na igreja Rm 16:17; 1 Co 5:11; 2 Ts 3:6, 14; seja nos que estão no mundo: 2 Co 6:14-18; 1 Tm 6:3-5). Deus pergunta ao Seu povo: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3). O apóstolo Paulo indaga à igreja de Corinto da Acáia: “que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?” (2 Co 6:14-16). As respostas são claras, pois a verdade é única, exclusiva e eliminatória. Todavia, o amor ágape, por natureza, é inclusivo sofre e suporta tudo (1 Co 13:4-7) e cobre uma multidão de pecados (1 Pedro 4:8). Podemos observar esse amor em ação: Deus amou a Cristo (João 17:24) e o mundo (João 3.16), Jesus amou os Seus discípulos (Jo 13:1; 15:9; Gl 2:20; Ap 1:5), os discípulos devem amar os outros discípulos (Jo 13:34; I João 3:11-14; 4:7), os esposos devem amar as suas esposas (Ef 5:25,28; Cl 3:19) e nós devemos amar o nosso próximo (Mt 5:43,44; Rm 13:9). O amor equilibrado andará junto da verdade, nunca em oposição a ela (Jo 14:15). O amor verdadeiro conduz todos os que estão no erro para que eles odeiem o seu erro (Jd 1:23; Lv 13:56,57; I Co 5:5; 2 Co 6:14-18; Hb. 1:9; 12:5).
O Apóstolo Paulo tinha amor pelo povo de Israel e desejou que eles andassem segundo a verdade (Rm 10:1; 11:14). Deus, o Amor verdadeiro, conduz-nos à Verdade (Cristo) para nossa salvação do pecado (Ef 2:4-7). Mas, para andar em santidade, por amor a Deus, somos constrangidos à obediência (2 Co 5:14), a suportar um ao outro (Ef 4:2) e a deixar o erro (II Co 5:14; 6:14-18). O andar em obediência tornou-se o nosso culto racional em amor (Rm 12:1). Somente existe crescimento espiritual na adoração quando o amor é acoplado à verdade (Fp 1:9; Ef 4:15, 16; 2 Pe 1:5-7) pois o amor é o “vinculo da perfeição” (Cl 3:14) e leva às boas obras (Hb 10:24). O amor verdadeiro não se isenta da fé, da justiça, da perseverança, da piedade, da santificação, da obediência, do poder espiritual, mas é aperfeiçoado neles (I Tm 1:5; 2:15; 4:12; 6:11; 2 Tm 1:7; 2:22; 3:10; Tt 2:2; I João 2:5; 4:18; II João 6).
Adoração Falsa. Existe adoração sem santidade, a qual é falsa. Nos últimos dias, como nos dias passados, falsos profetas virão (Mt 24:24; 2 Tm 3:1-8). Os falsos adoradores têm somente uma aparência de piedade (2 Tm 3:5). Olhando além da aparência, as vidas dos falsos adoradores revelam atração dominante para os deleites do mundo do que para agradar ao Santo Deus (2 Tm 3:4). Eles carregam a Bíblia junto com eles, estudam-na (2 Tm 3:7), mas eles não têm a obra do Espírito Santo nas suas vidas (Jo 14:26; 15:26), que leva ao conhecimento e à verdade (2 Tm 3:7) a ponto de seguir a verdade dos apóstolos (2 Tm 3:10). Estes falsos adoradores querem somente as coisas aprazíveis (Is 30:10), as fábulas (2 Tm 4:3,4); apregoam tradições de homens como se fossem mandamentos de Deus (Mc 7:7,9). São réprobos quanto àquela fé dada aos santos (2 Tm 3:8; Jd 1:3,4). Resumindo, se o seu conhecimento da Palavra de Deus não o leva a ter uma vida nova, que zela pela santidade, e santidade que influi tanto na vida pública, quanto íntima, você ainda não está adorando a Deus em espírito e em verdade. Se o fruto do Espírito Santo não está evidente na obediência à doutrina (2 Tm 3:10), a pessoa está exercitando-se em adoração falsa. A adoração na forma correta leva à substância da verdade e ao aperfeiçoamento real (2 Tm 3:16,17). Os que querem adorar em espírito e em verdade devem afastar-se daqueles que não têm a piedade (2 Tm 3:5).
A verdadeira adoração é uma via de mão dupla, porque é resultado de intimidade com Deus. A verdadeira adoração libera a voz profética (2Rs 3:15-17; 1 Sm 10:5-10). A adoração verdadeira implica em liberar a honra, o prostrar-se, o serviço na Obra, a reverência da mente e do corpo em obediência total aos princípios de santidade. A adoração é fruto da primeira “semente” que Deus plantou no coração do homem ao criá-lo (Gn 1:26-27), antes que o diabo plantasse a semente da rebelião e desobediência. É a presença da semente divina que leva o ser humano a buscar a Deus. A semente pode ficar adormecida, mas não pode ser retirada do ser humano. O homem foi criado para a Glória de Deus (Ef 1:1, 5, 6, 12, 14). E o porquê da adoração: Jesus disse ao Diabo: “Vai-te, Satanás porque está escrito: “Ao SENHOR teu Deus adorarás e só a Ele servirás (Mt 4:10).” Jesus usou Êx 20:4-5, que proíbe o povo de Israel adorar imagem de escultura. No Sl 18:1 Davi diz: “Eu te amo ó Senhor” e Jesus demonstrou seu amor incondicional ao Pai: “a minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra (Jo 4:34) e Rm 8:35: “quem nos separará do amor de Cristo”. Rm 8:39: “Assim, “nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”
Por Valdely Cardoso Brito