“Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos
e completos, sem faltar em coisa alguma. E, se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada”. (Tiago 1.4 a 5)

  1. O que é vida cristã?

Fala-se muito da vida cristã, mas há ainda muita confusão a respeito.

Definições diversas:

Participar das formalidades da Igreja;

Trabalhar na Igreja;

Dar o dízimo  e ofertas alçadas;

Seguir um código moral;

Conhecer as doutrinas cardiais do Cristianismo.

A vida cristã tem duplo aspecto:

  1. O lado divino → depender da ação divina.
  2. O lado humano → Depender da ação humana

Teorias:

  1. O homem é capaz por seu próprio esforço de viver a vida cristã e Cristo é exemplo a ser imitado (1 Pe 2.21).
  2. O homem é incapaz por seu próprio esforço de viver a vida cristã, mas Cristo capacita (João 15.5).
  3. O homem é incapaz em parte, de viver a vida cristã por seu próprio esforço. Cristo é exemplo a ser imitado e também é quem capacita o cristão (Gl 2.19-20).

EXPLICAÇÃO DA PRIMEIRA TEORIA

Segundo o Novo Testamento o cristão deve: lutar, combater, comer, trabalhar, sofrer, suportar, resistir, mortificar-se… A vida cristã é presente de Deus, mas a apropriação do que Deus nos oferece requer trabalho árduo e esforço vigoroso (Cl 1.29 e 1 Co 9.25-27).

EXPLICAÇÃO DA SEGUNDA TEORIA

Adão tinha uma vida cuja força geratriz era Deus. Depois do pecado ele foi invadido por uma força estranha que passou a dominá-lo e movê-lo (Ef 2.3). O mesmo ocorre conosco e toda a humanidade.

O homem deve confiar em Deus. Ele irá usar o cristão como instrumento Seu, ou seja, o homem confia e Deus age (Rm 6.11-18). Jesus não pede que vivamos a vida cristã. Ele quer vivê-la em nós.

EXPLICAÇÃO DA TERCEIRA TEORIA

Depende do caráter e facilidades da pessoa. Mas Deus não aceita imperfeições (Mt 5.48). E Cristo e o Espírito Santo são a base da vida cristã.

  1. Tiago 4.7: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resistir ao Diabo, e ele fugirá de vós.” E sê praticante da Palavra (Tg 1.22).
  2. Seguir as pisadas de Jesus: 1Pe 2.11-12 e 21.
  3. Amar a Deus (1 Jo 1.15-17).
  4. Amar ao próximo como prova do amor a Deus (1 Jo 4.19 e 5.5).

Tiago 4.1: “Amados não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.

Se não se cumprir a orientação de Tiago, prepare-se porque vêm contendas por conta de se ignorar esse conselho bíblico.

Resposta: “Fostes comprado por bom preço; não vos façais servos dos homens” (Rm 7.23).

3 e 4 – a resposta está em: 1 Jo 3.22: “E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.”

CONCLUSÃO: Shakespeare já dizia: “To be or not to be, that is the question” = Ser ou não ser, eis a questão.

Qual o dogma do Evangelho?

É o dogma do SER: 1 Co 13.1-7. É o amor que faz o ser humano SER. Nosso drama não é o do ser, mas o não ser. À medida que se parte para a ênfase do ter, perde-se o ser porque a fé cristã é totalmente baseada no ter. Hb 11 mostra que a fé profunda e genuína nem sempre é a fé que garante o ter, mas é sempre a fé que garante o ser. O livro de Hebreus fala dos homens que foram, mas não tiveram. Quando a busca do ter é o alvo da vida, o ser se desvanece. Deus e Jesus e o Parakletos querem que o ter seja uma decorrência do ser.

QUATRO VERDADES BÁSICAS DA RELAÇÃO ENTRE TER E SER:

1ª A Palavra de Deus diz que a grande prosperidade humana é advêm do ser (Mt 5.1-12).

2ª O grande sinal do ser se manifesta na dimensão existencial e ética da vida.

Cl 3.1-4 diz: “Coisas lá do alto” são coisas relativas ao ser (Cl 3.5-11). Quer dizer: Façam morrer a inferioridade de suas mentes, pensem grande (Confira: Cl 3.12-17).

3ª A prosperidade do ser não tem necessariamente relação com a prosperidade do ter, e esta, nada tem a ver com a prosperidade do ser. Ex. Abraão foi e teve. Moisés deixou de ter para ser. Elias sempre foi e nunca teve. A bênção de Deus é sempre a riqueza do ser.

4ª A prosperidade material somente tem chance de ser bênção, se marcada pelas características descritas em 1 Tm 6.9-19.

A prosperidade pode ser bênção, quando não inibe a bem-aventurança da humildade do espírito. 1Tm 6.17-18: “Exortem aos ricos para que não sejam orgulhosos, porém humildes”… Que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, guerreiros em dar e prontos em repartir”.

A prosperidade só será bênção de acordo com 1 Tm 6.19: “Que acumulem para si mesmos tesouros sólidos: fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”.

A teologia da prosperidade é útil se for ensinada dentro do contexto da Palavra de Deus. A grande causa é o ser. O ter aparece como possibilidade. Jesus é o Modelo de Ser.

Por Valdely Cardoso Brito