“E vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não
houvesse um intercessor; por isso o seu próprio braço lhe trouxe a salvação,
e a sua própria justiça o susteve” (Is 59:16).

A intercessão é tão importante, que DEUS quando vai fazer algo que influencie o quotidiano do ser humano, Ele primeiro lugar fala aos seus servos na terra para que estes intercedam para que aconteça caso seja bom, ou para que não aconteça, caso seja mau (2 Rs 24.2; Jr 25.4;) Amós 3.7: “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”.

Exemplos: Quando DEUS quis destruir Sodoma e Gomorra primeiro falou com Abraão (Gn 18.17), e, quando DEUS quis destruir o povo hebreu, primeiro falou com Moisés (Ex 32.9,10), e também, quando Deus quis enviar libertação do cativeiro primeiro falou com Daniel (Dn 9.2), E ainda, quando quis castigar o povo de Israel primeiro falou com seus profetas (Jr 7.25; 11.7; Jr 25.4; 26.5; 29.19; 35.15; 44.4). E principalmente, quando quis mandar o Salvador, primeiro falou com os profetas (Dt 18.15; At 28.25; Hb 1.1, 2). Note que ao pensar em destruir Sodoma e Gomorra, DEUS não se lembrou de Ló e sua família, mas de Abraão, porque Abraão era um Intercessor (Gn 19.29).

Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei, para interceder, ou seja, desde que estejamos prontos para orar todos os dias em favor daqueles que precisam de nossas orações.

Moisés se colocou repetidamente na brecha entre Deus e o pecado de Israel, ao prostrar-se diante do Senhor. Há diversas referências bíblicas que mostram Moisés intercedendo a Deus para que perdoasse e não destruísse a nação (Êx 32.11-13, 31-32; Nm 11.2; 12.13; 14.5-20; 16.4, 22, 45; 20.6; 21.7).

Quando alguém da família: um filho, ou filha, ou mãe, ou pai, ou marido, ou esposa, ou parente, ou amigo, ou conhecido, qualquer pessoa que estiver em perigo, DEUS recorrerá aos intercessores para orar, isso se nós estivermos ali na brecha (Ez 22.30). É por isso que às vezes cai um avião, ou acontece outra catástrofe e uma só pessoa escapa, porque havia um intercessor orando por ela.

Observando os relatos bíblicos sobre as experiências de intercessão e as circunstâncias em que ocorreram, vemos que ela foi praticada sob duas formas de motivação possíveis: (1) por determinação direta da parte de Deus, indicando o intercessor, a causa da intercessão e o beneficiário; (2) por iniciativa e desejo espontâneo do intercessor, que se compadeceu de alguém necessitado. Nessas situações encontramos evidências de que Deus se agrada da intercessão e atende as petições: Em Gn 18, encontramos Abraão intercedendo pelo povo de Sodoma e Gomorra. Tendo sido avisado pelo Senhor, que não ocultou de seu servo a destruição que estava por vir às duas cidades, Abraão se pôs a interceder em favor dos justos que ali viviam. Em Sodoma estava o seu sobrinho, Ló, com sua família. Então, Ló e sua família foram retirados para não serem destruídos juntamente com os ímpios. Pena que Abraão não intercedeu pela sétima vez, pois certamente Deus o atenderia e não destruiria as cidades.

O resultado está em Gn 19 e nós conhecemos: dois anjos foram à Sodoma, deram aviso a Ló do que estava para acontecer e o retiraram dali, com sua família, antes de darem início à destruição da cidade.

No cap. 20, mais uma vez Abraão intercede por alguém e, desta vez, por Abimeleque, rei de Gerar, ainda que tenha sido ele próprio o causador da situação que atingiu a casa do rei, por ter ocultado que Sara era sua mulher. Porém, sendo homem de Deus ele orou por Abimeleque e Deus atendeu à sua oração.

De igual modo, Moisés intercedeu pelo povo quando do pecado contra o Senhor, ao fazerem o bezerro de ouro. Moisés disse ao povo: “Vós pecastes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor; porventura farei propiciação por vosso pecado.” (Êx 32.30).

À semelhança de Moisés, fez Samuel. Numa situação de pecado do povo, Samuel exorta os filhos de Israel ao arrependimento e depois diz: “Congregai todo o Israel em Mispá, e orarei por vós ao Senhor” (I Sm 7.5).

Até aqui, vimos alguns exemplos em que a intercessão se deu por iniciativa do intercessor, sendo recebida e atendida por Deus. Porém, ainda com Samuel, encontramos um exemplo em que o povo suplica ao profeta que ore por eles, também em consequência a uma situação de pecado. Em 1 Sm 12.19 lemos: “E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei”. Mais uma vez Samuel os exorta e orienta e, depois, responde: “E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito.” (v.23).

Ainda no Antigo Testamento, encontramos outro exemplo, sendo que, desta vez, foi Deus quem determinou a intercessão. Aconteceu com Jó em relação aos seus amigos. Depois de repreender os três amigos de Jó, o Senhor diz: “e, ide ao meu servo Jó, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate segundo a vossa loucura…” (Jó 42:8). Eles assim o fizeram e o texto diz: “e o Senhor aceitou a face de Jó” (v.9).

Indo ao Novo Testamento, vamos encontrar a intercessão praticada por servos de Deus, individualmente, e pela Igreja do Senhor Jesus, coletivamente.

Em certa ocasião, Pedro foi chamado para orar por Dorcas que, tendo adoecido veio a falecer. Ele acompanhou os que vieram buscá-lo, orou por ela, e o Senhor operou o milagre da ressurreição, trazendo Dorcas de volta à vida (At 9.36-40).

Porém, numa outra ocasião, Pedro que tão bem experimentara a tarefa espiritual de intercessor, encontrou-se na posição de necessitado, estando preso por ordem de Herodes que estava perseguindo e maltratando a alguns da Igreja. Diante da situação, a Igreja, coletivamente, se pôs a interceder por ele. Era a sua vez de receber os benefícios da intercessão. O anjo do Senhor foi à prisão e o libertou de forma sobrenatural.

O apóstolo Paulo muito fala sobre a intercessão em suas cartas, mencionando as orações feitas por ele em favor dos crentes e da Igreja, ao mesmo tempo em que pede as orações em seu favor. Mas, o maior de todos os exemplos de intercessor: é Jesus que intercede em Jo 17, a favor de seus discípulos.

Intercedendo por nós, o nosso Salvador e Mestre não apenas nos deu um exemplo a seguir, mas também nos ensinou que a intercessão é o meio espiritual de combatermos o mal em todas as suas esferas. Por meio da intercessão, graves problemas são solucionados e, até mesmo, evitados, quando nos antecipamos em interceder. Em resposta às orações intercessórias, Deus põe em ação a sua graça que concede perdão ao pecador, cura o enfermo, conforta o aflito, dá livramento ao que está em perigo, encaminha o errante, levanta o caído, faz justiça ao oprimido, supre as necessidades humanas. Por isso, a intercessão muito incomoda a Satanás, que procura criar todo tipo de obstáculo ao trabalho intercessório. Ele conhece a Palavra de Deus e sabe que “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tg 5.16). Contudo, nós bem sabemos que: “maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4).

Observando atentamente esses exemplos, aprendemos, ainda, que a intercessão é uma forma de levarmos as cargas uns dos outros, cumprindo, assim, a exortação de Gl 6.2. Por isso, a exortação e o dever são para todos os cristãos. Entretanto, alguns recebem o convite especial do Espírito Santo para se dedicarem a intercessão como um abençoado ministério!

Por Valdely Cardoso Brito


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